No
dia 26 de Novembro aconteceu, no período da tarde, o Seminário de Consciência
Negra e Cultura Indígena, promovido pela Equipe Multidisciplinar do Colégio
Agrícola de Campo Mourão, em conjunto com a direção, professores, equipe
pedagógica, agentes educacionais I e II e alunos. Segundo a pedagoga Marisa
Zanella Castelli, coordenadora da equipe e uma das coordenadoras do evento,
desde o mês de Junho deste ano os professores e agentes educacionais vêm
realizando encontros para estudar o tema: Diálogos e reflexões para práticas
pedagógicas efetivas na Educação das Relações Etnico-raciais. O estudo é
proposto pela diretoria de políticas e programas educacionais da SEED. Para a
realização das atividades, as salas de aula foram decoradas e um grupo de
alunos ficava ministrando as palestras referentes ao tema proposto, enquanto os
demais percorreram as outras salas para prestigiar os trabalhos das outras turmas.
Confira, abaixo, um relatório dos temas
apresentados durante o Seminário.
1º
Ano A – Tema: Personalidades negras na história
Nessa
sala de aula teve como monitora a professora Edna Maria Ferri Surnami, que ministra
aulas de Geografia na instituição de ensino. A professora Edna também foi a
orientadora da turma 1º ano B. Os alunos procuraram refletir sobre o papel de
algumas personalidades importantes que marcaram a história, como Nelson
Mandela. Nascido em 1918 e falecido em 2013, ele foi um dos mais importantes
sujeitos políticos da humanidade. Além desse grande líder, outras
personalidades como Malcom X, Jaden Smith e Martin Luther King Jr. tiveram suas
biografias prestigiadas na apresentação, que trazia, também, trechos de filme e
fotos espalhadas por toda a sala.
1º
Ano B – Tema: Pratos típicos de origem africana
Também
orientados pela professora Edna, os alunos e alunas do 1º Ano B fizeram um
levantamento de diversas receitas da cultura indígena e africana. A sala foi
decorada com cartazes que traziam fotos dos pratos típicos e suas respectivas
receitas. Entre elas - Feijoada: trazida ao Brasil a partir do norte de
Portugal, e adaptada aqui em nosso país pelos escravos. Cuscuz: de origem
africana, era consumido acompanhado de vegetais. No Brasil, esse prato possui
várias versões. Paçoca: uma iguaria de origem indígena, muito consumida em
festas juninas e na sexta feira santa, em alguns lugares. No início, era um
prato salgado. A aluna Karina Costa ensinou aos presentes como fazer a paçoca.
Os alunos mostraram, ainda, diferentes tipos de paçoca, como a caseira – que
eles mesmos produziram – a industrializada e a paçoca líquida. Outros alimentos
demonstrados e degustados na sala foram a pamonha, a tapioca e o pé-de-moleque.
1º Ano C – Tema: O feijão e a mandioca na história
afro brasileira
Os alunos e alunas realizaram pesquisa
a respeito de duas das principais culturas de origem indígena e africana. São
elas: o feijão e a mandioca. O professor Richardson Gonçalves, que
ministra a disciplina Produção Vegetal, foi o orientador dessa turma, que
apresentou desde a origem histórica do feijão e da mandioca, passando pelos
benefícios à saúde e sua importância para a história do Brasil. O professor
Richardson disse que esse evento contribui muito para a formação dos futuros
técnicos agropecuários, tendo em vista que eles adquirem formação para a vida
acadêmica, aprendem a apresentar as suas ideias e desenvolvem a criatividade. O
professor, que também é engenheiro agrônomo, elogiou a pró atividade dos
estudantes na organização e decoração da sala de aula.
2º
Ano A – Tema: Preconceito histórico com os povos indígenas
Os palestrantes dessa turma tiveram
como monitor o professor Francisco Severino dos Santos Filho, de Língua
Portuguesa. Trajados de índios e índias, os
alunos e as alunas apresentaram um resumo da história dos povos indígenas
brasileiros, marcada pelo preconceito e conflitos. Segundo o aluno Marcos
Vinicius Martins, “esquecer a cultura indígena é esquecer a história do país. A
palavra “índio” significa nativo, pertencente a um determinado lugar ou região.
No continente americano, a história oficial afirma que o termo teria sido
cunhado por Cristóvão Colombo, acreditando ter chegado à Índia. Segundo a
pesquisa bibliográfica desenvolvida pelos alunos, somente 0,4% do território
brasileiro é ocupado por índios, sendo que a violência contra esses povos
aumentou cerca de 237% nos últimos anos.
2º
Ano B – Tema: Racismo, preconceito e discriminação
Os estudantes foram orientados pelo
professor Douglas Blanco, da disciplina Filosofia, e refletiram sobre a
diferença entre estes três itens: racismo, preconceito e discriminação.
Apresentaram uma pesquisa na qual 100% das pessoas pesquisadas não se
consideram preconceituosos, mas 70% dessas mesmas pessoas afirmaram conhecer
alguém que seja preconceituoso. Dessa forma, os alunos e alunas chegaram à
conclusão de que existe um percentual muito grande de racismo e discriminação,
e que estes estão ainda muito velados na nossa sociedade. Os alunos mostraram
ainda dados de uma pesquisa realizada em dois colégios estaduais do município
de Campo Mourão, em que a minoria dos entrevistados se auto declarou negro/a. A
mensagem proposta pela turma é a de que não é necessário diminuir o outro para
valorizar a si mesmo, pois todos somos iguais.
3º
Ano A – Tema: Racismo na escola
Por meio de pequenos vídeos e
orientados pela professora Gilcelene Davini, de Agroindústria, os alunos do 3º Ano
A trouxeram à tona uma importante questão: o racismo e suas manifestações na
escola. Os vídeos tratavam de situações envolvendo injúria racial e Bullying. Segundo a aluna Crislaine
Pereira de Lima, esse tema deve ser discutido na escola, para que os estudantes
entendam o que é o preconceito e se conscientizem cada vez mais da importância
de se acabar com ele. Os veteranos perguntaram aos presentes se havia alguém
que já sofreu algum tipo de discriminação e o que essa sentiu a respeito. Nesse
momento, houve espaço para um pequeno debate sobre a importância de se colocar
no lugar das outras pessoas. Segundo os alunos, quando alguém comete um ato
preconceituoso, muitas vezes não se dá conta do mal que está fazendo na vida
daquele que sofreu a discriminação, pois não procura refletir o que aconteceria
se aquele ato fosse cometido contra ele.
3º
Ano B – Inventores negros que marcaram a história
Algumas das invenções mais
significativas da história foram feitas por cientistas negros. Itens como a
geladeira, o extintor e o sistema de segurança nas portas dos elevadores só
passaram a existir após árduas pesquisas realizadas
por cientistas negros. A falta de reconhecimento pela história a essas
contribuições foi o que motivou os alunos e alunas do 3º Ano B a apresentá-las.
Os alunos foram orientados pelo professor Denny Cesar Faria que ministra a
disciplina de Química. De acordo com o aluno Murilo Antonio Macieski, a
importância de se fazer esse trabalho está em combater o racismo e o pensamento
ainda latente de que exista uma raça superior. Segundo ele, é importante que
haja uma mudança de pensamento, na qual todos sejam considerados capazes e
iguais, em seus direitos e deveres.
3º
Ano C – Tema: A legislação e os povos
indígenas
A turma procurou pesquisar a respeito
da legislação indígena, trazendo dados sobre os índios integrados à sociedade e
também aqueles que se encontram totalmente isolados, os quais vivem em regiões
da Amazônia. O bate papo foi acompanhado por uma agradável apresentação
musical, feita pelos próprios alunos. Foram utilizados na apresentação,
instrumentos como o surdo, o tantan, o tamborim, o agogô, afoxé, canzá e
outros. O professor William Versori, da disciplina Arte, foi o grande condutor musical dos alunos.
Fazem parte da Equipe Multidisciplinar
do Colégio Agrícola, além dos professores citados anteriormente, a pedagoga
Soleane Alves Chula, o diretor auxiliar Amarildo Afonso, e o funcionário Rafael
Rodrigues Mazur. Os três fizeram parte da organização geral do evento, que
contou também com a participação e contribuição de outros professores da
instituição de ensino.
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