Um importante projeto na área de
preservação ambiental vem sendo
desenvolvido no CEEPA de Campo Mourão.
O projeto foi tema de uma entrevista coletiva, feita pelos alunos do
jornal Folha Agrícola ao professor Carlos Roberto Kramer Vieira. A entrevista
aconteceu no dia 22 de abril de 2013, na sala onde acontecem as reuniões de
preparação do jornal.
Compostagem, segundo o dicionário
Houaiss, é a “reciclagem de lixo para uso como adubo agrícola.” No refeitório
do colégio, já era comum separar o lixo orgânico do lixo reciclável. A novidade
é que está em andamento, desde o início do ano, o projeto de compostagem de
resíduos alimentares. Tais resíduos serão transformados em adubo, que será
utilizado no cultivo da horta da instituição. O projeto é iniciativa do
professor Carlos Roberto Kramer Vieira, concluinte do PDE – Projeto de
Desenvolvimento da Educação - em 2012.
Para conhecer mais detalhes dessa ação
e repassar informações à Comunidade Escolar, os alunos da redação desta Folha
Agrícola reuniram-se no dia 22 de Abril para entrevistar o professor
Roberto. Durante os trinta minutos de um
bate papo descontraído, os alunos ouviram atentamente às respostas de suas
perguntas, que haviam sido elaboradas previamente. Nesta publicação, segue o
vídeo com a entrevista na íntegra e as perguntas feitas ao professor.
Compostagem em Foco - 1ª parte da entrevista
Folha
Agrícola: Por que o senhor escolheu a compostagem como tema do projeto?
Carlos
Roberto: A ideia surgiu quando estava
no refeitório e comecei a observar os alunos jogando fora os seus restos de
comida. Percebi que isso poderia ter uma finalidade educativa. Havíamos tentado
realizar a compostagem anteriormente, porém, da maneira errada. Isso porque o
local era frequentado por animais, que descobriam e remexiam o lixo, estragando
o projeto. Desta vez, estamos utilizando uma maneira que acreditamos ser
correta. Eu levei o meu projeto para a orientadora do PDE, ela aprovou, estamos
com ele em andamento.
FA:
Quais os benefícios que a compostagem pode trazer, na sua opinião?
CR: Um dos benefícios que a compostagem pode trazer é
ter uma própria fonte de adubos
orgânicos. Da mesma forma que se utiliza os resíduos dos estercos bovinos,
podemos, também, obter o adubo a partir de vegetais decompostos. Essa matéria
orgânica será utilizada na produção de hortaliças para a horta do colégio.
Outro benefício que podemos destacar é em relação ao aterro sanitário do
município. Precisamos conscientizar a população de que todo aterro sanitário
tem uma via útil, ou seja, ele é construído para ser utilizado em um
determinado período de tempo. A reciclagem tem o poder de dar um fôlego maior
ao aterro e preservar a sua vida útil. E, por fim, é claro que queremos preservar
o nosso meio ambiente, de forma geral. Devemos ter mais cuidado para não o agredirmos da forma que está sendo
agredido. Esses são os principais benefícios que a compostagem vai nos trazer,
mas é claro que se for realizado com sucesso pode trazer muitos outros.
FA:
Professor, o que é necessário para que o projeto dê certo?
CR: Eu costumo dizer que mesmo se eu não tiver um quilo
de alimento para compostar, o projeto já terá sido um sucesso. Porque isso irá
revelar a conscientização dos alunos em combater o desperdício de alimentos.
FA:
Gostaria que o senhor nos dissesse quanto tempo e de que modo se faz a
compostagem?
CR: O tempo necessário para implantar a compostagem é de
75 à 90 dias. Para sua realização, foi construído um tanque de concreto com
depósito para o chorume (líquido de cor escura e poluente para a natureza). As
camadas do composto são intercaladas entre palha e resíduo orgânico, e a temperatura é monitorada para
que não haja danos às minhocas, que são importantes na decomposição dos
resíduos. E o local é protegido por uma cerca para evitar que os animais
domésticos entrem e possam estragar a montagem.
FA:
Professor, em relação ao PDE, como os professores repassam as informações
adquiridas no curso para os alunos?
CR: No nosso caso, as informações obtidas no período do
curso estão repassadas aos alunos por meio desse projeto. De modo geral, os
conteúdos teóricos são repassados aos professores por meio de grupos de estudo.
Atualmente, muitos professores da rede pública estadual estão realizando cursos
de formação com os professores que já concluíram o PDE. Dessa forma, é possível
trazer inovações para a educação e despertar mais o interesse dos alunos.
Compostagem em Foco - 2ª parte da entrevista
FA:
Com relação à escolha da compostagem, é uma opção sua ou do PDE? E como foi a experiência do senhor em ficar esse
tempo de um ano estudando e participando do PDE?
CR: Cada professor PDE escolhe o seu tema, juntamente
com o seu orientador. No meu caso, vi que essa temática viria a ajudar muito na
formação dos alunos, com a conscientização em torno da preservação ambiental.
Além disso, o projeto irá trazer benefícios ao Colégio, a partir do momento em
que começarmos a utilizar o adubo produzido aqui mesmo por nós. Isso irá
reduzir os custos com o plantio das hortaliças. O PDE tem um papel muito
importante na formação dos educadores. Esse projeto me proporcionou o contato
com o os principais teóricos da educação, além de poder conhecer e estudar os
grandes filósofos da humanidade. Acredito que tenha sido de grande importância
para a minha carreira profissional, tanto pelo ganho financeiro como pela
bagagem cultural.
FA:
Porque o senhor quis seguir a profissão de agrônomo? E o que o levou a se
tornar professor?
CR: Eu quis, primeiramente, ser Agrônomo. Porque tenho
muita afinidade com a terra e com as plantas. Desde pequeno, cresci na terra,
perto da lavoura, influenciado e tomado pela natureza. Como diz o ditado ''Quem
nasceu pra ser tatu, morre cavucando”. Depois de muitos anos nessa carreira,
com a oportunidade de fazer o concurso para trabalhar no Colégio Agrícola, eu
fiz as provas, passei, e comecei a dar aulas. Nunca mais parei de lecionar, e
pretendo encerrar a carreira como professor.
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