AÇÕES MARCAM A SEMANA DE PREVENÇÃO À
VIOLÊNCIA NO CEEPA
Importantes ações voltadas à prevenção da Violência vêm sendo
realizadas no Colégio Agrícola de Campo Mourão. Entre elas, debates com os
alunos e produção de textos e cartazes despertaram a reflexão e a
conscientização sobre esse tema.
Debates- Na aula de Língua Portuguesa, o gênero debate foi utilizado como ferramenta
para introduzir o assunto da violência e motivar os alunos a dar sua opinião,
desenvolvendo a argumentação e o senso crítico. Primeiramente, foi feito um
levantamento das principais formas de violência presentes na sociedade, como
exploração sexual, violência à mulher, discriminação, racismo, bullying, entre outras. Pelas regras do
debate, cada grupo de alunos deveria escolher um dos tipos de violência e fazer
uma breve análise do mesmo, preparando uma exposição para ser feita a toda a
classe.
Para esse momento, dividiu-se as turmas em dois grupos. Cada
grupo deveria selecionar um membro para apresentar um parecer do assunto discutido
aos demais colegas. Cada apresentação foi cronometrada em dois minutos. Em
seguida, os grupos organizaram o “rebate”, ou seja, tiveram um tempo de
preparação para a réplica. Nessa parte do debate eles poderiam concordar,
discordar ou acrescentar alguma informação à exposição feita anteriormente.
Cartazes – Para marcar a semana, também foram
produzidos cartazes contendo diversos temas relacionados à violência. Por meio
da pesquisa, os alunos perceberam que a violência pode ser encontrada em
diversos setores, como no caso dos esportes, no meio ambiente, em meio aos
animais, e, é claro, sem deixar de mencionar tipos de violência encontrados do
meio familiar, como o caso da violência contra as mulheres.
Violência Sexual Contra
Crianças e Adolescentes - De acordo com o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra
Crianças e Adolescentes, o dia 18 de Maio vem sendo promovido como o dia
Nacional da conscientização em torno desse importante tema, que afeta milhares
de crianças e adolescentes em todo o mundo, segundo dados pesquisas recentes. A
data marca um triste episódio ocorrido há cerca de 40 anos atrás. Uma criança
de 8 anos chamada Araceli Cabrera Sanches, foi
covardemente drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma
tradicional família capixaba. Ainda segundo o site do Comitê, muita gente
acompanhou o desenrolar do caso, porém sem que houvesse denuncias necessárias
para promover a prisão dos envolvidos no crime. Em 2010, foi criada a Lei 9.970,
que no seu artigo primeiro, institui o Dia 18 de Maio como o Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenil. Para ter acesso a maiores informações sobre
essa data, clique aqui.
O último dia 18 de Maio marcou o dia Nacional de Combate ao Abuso
e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Neste ano, o CEEPA aproveitou
a data para promover uma semana de reflexão em torno do tema da violência em geral.
Orientados pela direção do Colégio, os professores promoveram debates nas salas
de aula, bem como a produção de textos e cartazes sobre o tema. Além de abordar
a questão da exploração sexual de crianças e adolescentes, os alunos também
foram convidados a refletir sobre quais são os tipos de violência mais
frequentes na nossa sociedade atual.
...e confira abaixo o recorte de alguns textos selecionados
na aula de Língua Portuguesa, no 1º Ano B, após o debate realizado pela turma.
Violência Psicológica - A violência psicológica é expressa por meio de
palavras ofensivas, vindas do agressor. Por meio desta violência encontram-se
casos de suicídios, pode estar presente em outros tipos como no bullyng, violência racial e outros.
Murilo Antonio Macieski
Violência verbal - Violência
verbal é algo que acontece muito dentro de casas de família do Brasil e no
mundo inteiro; são pais que maltratam seus filhos verbalmente, falam palavrões,
etc. Com isso, as crianças se sentem excluídas e tendem a se afastar de seus
pais; alguns, infelizmente, rumo as ruas e as drogas.
Matheus Bernardo de Lima
Violência contra a mulher - Muitas
mulheres, no país inteiro, sofrem de violência. Mulher, não fique quieta! Denuncie,
procure seus direitos.
José Gabriel
Violência contra idoso - Violência
contra pessoas idosas é uma falta de respeito no Brasil que é possível ver em
todos os lugares: nos ônibus, ruas e ate na sua própria casa. Por que o povo de
hoje não respeita como antes.
Darlan Alencar
Bullyng
- O
bullyng é inadmissível, nas escolas, nas ruas, e entre os familiares. Ele pode
causar problemas psicológicos e até levar a depressão profunda. O bullyng pode
passar por brincadeiras, apelidos, nas redes sócias ou até em rodinhas com
amigos; se você sofre com isso procure ajuda!
Maryana Leticia
- Bullyng é um dos piores tipos de violência porque as
palavras têm mais forças do que um soco; porque a palavra vai ficar remoendo
por dentro, por toda a vida. Então tenha consciência e não maltrate as pessoas
com palavras. Vai fazer bem para você e para a pessoa.
Erika Thomé Pink
Violência nas escolas
- É muito importante conversar e orientar os
alunos sobre a violência, pois há muita indisciplina e conflito dentro e fora da
sala de aula. Além disso, os jovens estão mais violentos a cada dia aumentando as
brigas e até mesmo os índice de mortalidade. E o que é pior: muitas vezes, por
motivos banais.
Carina P. de Oliveira
-
“Violência é algo que tem sido muito frequente. Devemos passar informações,
conscientizar pessoas que sofrem violência a denunciar os crimes cometidos.”
Amanda Rufino
- A
violência é um assunto que deve sempre ser abordado no meio escolar, pois é
nesse ambiente que acontecem vários tipos de violências. Bullyng,
descriminação, violência corporal e vários outros. Esses fatores deixam marcas
psicológicas e corporais, gerando trauma nos envolvidos.
Viviane Carla de Paula
- A violência nas escolas ocorre normalmente de duas
maneiras: verbal e física, então não deixe isso virar habito, converse com seus
pais e e professores mas não fique em violência, denuncie.
Lucas Camargo Crocolli
Racismo - O racismo ocorre quando pessoas pensam que são
melhores que as outras. Ocorrem principalmente com pessoas de outras raças. Não
deixe barato! DENUNCIE!
Welington Fernando E. Santos
Violência Virtual - A violência virtual vem se agravando
a cada segundo! Lendo um jornal,
presenciei uma situação em que um homem usava um site da internet para seduzir
meninas de nove anos para abusá-las. Quando os pais descobriam era tarde de
mais.
Matheus Simon
Violência contra crianças - Muitas famílias forçam seus filhos a trabalhar,tanto em casa quanto na rua. Eles não conseguem estudar, pois seus pais os prendem ao serviço. Além disso muitos pais batem frequentemente em seus filhos e alguns ainda cometem violência contra eles. Isso deve parar.
Vinicius Tomé Figueiredo Gomes
Escola é um lugar feito para estudar e não para brigas. Quem
gosta de briga não deve estar no colégio e sim na rua. Escola é feita para se
estudar e não brigar.
Antonio Henrique
É muito importante se falar de violência no ambiente escolar,
pois os indivíduos se dão ao luxo de uma libertinagem onde cegam-se, não
observando o respeito mutuo com os de mais. Isso esclarece a importância de se
incentivar a conscientização de alunos e professores. Estimular cada vez mais a
razão e minimizar o nosso instinto animal,alem de ensinar a convivência em
sociedade.
Um importante projeto na área de
preservação ambiental vem sendo
desenvolvido no CEEPA de Campo Mourão.
O projeto foi tema de uma entrevista coletiva, feita pelos alunos do
jornal Folha Agrícola ao professor Carlos Roberto Kramer Vieira. A entrevista
aconteceu no dia 22 de abril de 2013, na sala onde acontecem as reuniões de
preparação do jornal.
Compostagem, segundo o dicionário
Houaiss, é a “reciclagem de lixo para uso como adubo agrícola.” No refeitório
do colégio, já era comum separar o lixo orgânico do lixo reciclável. A novidade
é que está em andamento, desde o início do ano, o projeto de compostagem de
resíduos alimentares. Tais resíduos serão transformados em adubo, que será
utilizado no cultivo da horta da instituição. O projeto é iniciativa do
professor Carlos Roberto Kramer Vieira, concluinte do PDE – Projeto de
Desenvolvimento da Educação - em 2012.
Para conhecer mais detalhes dessa ação
e repassar informações à Comunidade Escolar, os alunos da redação desta Folha
Agrícola reuniram-se no dia 22 de Abril para entrevistar o professor
Roberto. Durante os trinta minutos de um
bate papo descontraído, os alunos ouviram atentamente às respostas de suas
perguntas, que haviam sido elaboradas previamente. Nesta publicação, segue o
vídeo com a entrevista na íntegra e as perguntas feitas ao professor.
Compostagem em Foco - 1ª parte da entrevista
Folha
Agrícola: Por que o senhor escolheu a compostagem como tema do projeto?
Carlos
Roberto: A ideia surgiu quando estava
no refeitório e comecei a observar os alunos jogando fora os seus restos de
comida. Percebi que isso poderia ter uma finalidade educativa. Havíamos tentado
realizar a compostagem anteriormente, porém, da maneira errada. Isso porque o
local era frequentado por animais, que descobriam e remexiam o lixo, estragando
o projeto. Desta vez, estamos utilizando uma maneira que acreditamos ser
correta. Eu levei o meu projeto para a orientadora do PDE, ela aprovou, estamos
com ele em andamento.
FA:
Quais os benefícios que a compostagem pode trazer, na sua opinião?
CR: Um dos benefícios que a compostagem pode trazer é
ter uma própria fonte de adubos
orgânicos. Da mesma forma que se utiliza os resíduos dos estercos bovinos,
podemos, também, obter o adubo a partir de vegetais decompostos. Essa matéria
orgânica será utilizada na produção de hortaliças para a horta do colégio.
Outro benefício que podemos destacar é em relação ao aterro sanitário do
município. Precisamos conscientizar a população de que todo aterro sanitário
tem uma via útil, ou seja, ele é construído para ser utilizado em um
determinado período de tempo. A reciclagem tem o poder de dar um fôlego maior
ao aterro e preservar a sua vida útil. E, por fim, é claro que queremos preservar
o nosso meio ambiente, de forma geral. Devemos ter mais cuidado para não o agredirmos da forma que está sendo
agredido. Esses são os principais benefícios que a compostagem vai nos trazer,
mas é claro que se for realizado com sucesso pode trazer muitos outros.
FA:
Professor, o que é necessário para que o projeto dê certo?
CR: Eu costumo dizer que mesmo se eu não tiver um quilo
de alimento para compostar, o projeto já terá sido um sucesso. Porque isso irá
revelar a conscientização dos alunos em combater o desperdício de alimentos.
FA:
Gostaria que o senhor nos dissesse quanto tempo e de que modo se faz a
compostagem?
CR: O tempo necessário para implantar a compostagem é de
75 à 90 dias. Para sua realização, foi construído um tanque de concreto com
depósito para o chorume (líquido de cor escura e poluente para a natureza). As
camadas do composto são intercaladas entre palha e resíduo orgânico, e a temperatura é monitorada para
que não haja danos às minhocas, que são importantes na decomposição dos
resíduos. E o local é protegido por uma cerca para evitar que os animais
domésticos entrem e possam estragar a montagem.
FA:
Professor, em relação ao PDE, como os professores repassam as informações
adquiridas no curso para os alunos?
CR: No nosso caso, as informações obtidas no período do
curso estão repassadas aos alunos por meio desse projeto. De modo geral, os
conteúdos teóricos são repassados aos professores por meio de grupos de estudo.
Atualmente, muitos professores da rede pública estadual estão realizando cursos
de formação com os professores que já concluíram o PDE. Dessa forma, é possível
trazer inovações para a educação e despertar mais o interesse dos alunos.
Compostagem em Foco - 2ª parte da entrevista
FA:
Com relação à escolha da compostagem, é uma opção sua ou do PDE? E como foi a experiência do senhor em ficar esse
tempo de um ano estudando e participando do PDE?
CR: Cada professor PDE escolhe o seu tema, juntamente
com o seu orientador. No meu caso, vi que essa temática viria a ajudar muito na
formação dos alunos, com a conscientização em torno da preservação ambiental.
Além disso, o projeto irá trazer benefícios ao Colégio, a partir do momento em
que começarmos a utilizar o adubo produzido aqui mesmo por nós. Isso irá
reduzir os custos com o plantio das hortaliças. O PDE tem um papel muito
importante na formação dos educadores. Esse projeto me proporcionou o contato
com o os principais teóricos da educação, além de poder conhecer e estudar os
grandes filósofos da humanidade. Acredito que tenha sido de grande importância
para a minha carreira profissional, tanto pelo ganho financeiro como pela
bagagem cultural.
FA:
Porque o senhor quis seguir a profissão de agrônomo? E o que o levou a se
tornar professor?
CR: Eu quis, primeiramente, ser Agrônomo. Porque tenho
muita afinidade com a terra e com as plantas. Desde pequeno, cresci na terra,
perto da lavoura, influenciado e tomado pela natureza. Como diz o ditado ''Quem
nasceu pra ser tatu, morre cavucando”. Depois de muitos anos nessa carreira,
com a oportunidade de fazer o concurso para trabalhar no Colégio Agrícola, eu
fiz as provas, passei, e comecei a dar aulas. Nunca mais parei de lecionar, e
pretendo encerrar a carreira como professor.