C.E.E.P.Agrícola de Campo Mourão.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

COLÉGIO AGRÍCOLA PROMOVE SEMINÁRIO DA CONSCIÊNCIA NEGRA E CULTURA INDÍGENA



No dia 26 de Novembro aconteceu, no período da tarde, o Seminário de Consciência Negra e Cultura Indígena, promovido pela Equipe Multidisciplinar do Colégio Agrícola de Campo Mourão, em conjunto com a direção, professores, equipe pedagógica, agentes educacionais I e II e alunos. Segundo a pedagoga Marisa Zanella Castelli, coordenadora da equipe e uma das coordenadoras do evento, desde o mês de Junho deste ano os professores e agentes educacionais vêm realizando encontros para estudar o tema: Diálogos e reflexões para práticas pedagógicas efetivas na Educação das Relações Etnico-raciais. O estudo é proposto pela diretoria de políticas e programas educacionais da SEED. Para a realização das atividades, as salas de aula foram decoradas e um grupo de alunos ficava ministrando as palestras referentes ao tema proposto, enquanto os demais percorreram as outras salas para prestigiar os trabalhos das outras turmas.



         Confira, abaixo, um relatório dos temas apresentados durante o Seminário. 

1º Ano A – Tema: Personalidades negras na história

Nessa sala de aula teve como monitora a professora Edna Maria Ferri Surnami, que ministra aulas de Geografia na instituição de ensino. A professora Edna também foi a orientadora da turma 1º ano B. Os alunos procuraram refletir sobre o papel de algumas personalidades importantes que marcaram a história, como Nelson Mandela. Nascido em 1918 e falecido em 2013, ele foi um dos mais importantes sujeitos políticos da humanidade. Além desse grande líder, outras personalidades como Malcom X, Jaden Smith e Martin Luther King Jr. tiveram suas biografias prestigiadas na apresentação, que trazia, também, trechos de filme e fotos espalhadas por toda a sala.

1º Ano B – Tema: Pratos típicos de origem africana

Também orientados pela professora Edna, os alunos e alunas do 1º Ano B fizeram um levantamento de diversas receitas da cultura indígena e africana. A sala foi decorada com cartazes que traziam fotos dos pratos típicos e suas respectivas receitas. Entre elas - Feijoada: trazida ao Brasil a partir do norte de Portugal, e adaptada aqui em nosso país pelos escravos. Cuscuz: de origem africana, era consumido acompanhado de vegetais. No Brasil, esse prato possui várias versões. Paçoca: uma iguaria de origem indígena, muito consumida em festas juninas e na sexta feira santa, em alguns lugares. No início, era um prato salgado. A aluna Karina Costa ensinou aos presentes como fazer a paçoca. Os alunos mostraram, ainda, diferentes tipos de paçoca, como a caseira – que eles mesmos produziram – a industrializada e a paçoca líquida. Outros alimentos demonstrados e degustados na sala foram a pamonha, a tapioca e o pé-de-moleque.

Ano C – Tema: O feijão e a mandioca na história afro brasileira

         Os alunos e alunas realizaram pesquisa a respeito de duas das principais culturas de origem indígena e africana. São elas: o feijão e a mandioca.  O professor Richardson Gonçalves, que ministra a disciplina Produção Vegetal, foi o orientador dessa turma, que apresentou desde a origem histórica do feijão e da mandioca, passando pelos benefícios à saúde e sua importância para a história do Brasil. O professor Richardson disse que esse evento contribui muito para a formação dos futuros técnicos agropecuários, tendo em vista que eles adquirem formação para a vida acadêmica, aprendem a apresentar as suas ideias e desenvolvem a criatividade. O professor, que também é engenheiro agrônomo, elogiou a pró atividade dos estudantes na organização e decoração da sala de aula.

2º Ano A – Tema: Preconceito histórico com os povos indígenas

         Os palestrantes dessa turma tiveram como monitor o professor Francisco Severino dos Santos Filho, de Língua Portuguesa. Trajados de índios e índias, os alunos e as alunas apresentaram um resumo da história dos povos indígenas brasileiros, marcada pelo preconceito e conflitos. Segundo o aluno Marcos Vinicius Martins, “esquecer a cultura indígena é esquecer a história do país. A palavra “índio” significa nativo, pertencente a um determinado lugar ou região. No continente americano, a história oficial afirma que o termo teria sido cunhado por Cristóvão Colombo, acreditando ter chegado à Índia. Segundo a pesquisa bibliográfica desenvolvida pelos alunos, somente 0,4% do território brasileiro é ocupado por índios, sendo que a violência contra esses povos aumentou cerca de 237% nos últimos anos.

2º Ano B – Tema: Racismo, preconceito e discriminação

           Os estudantes foram orientados pelo professor Douglas Blanco, da disciplina Filosofia, e refletiram sobre a diferença entre estes três itens: racismo, preconceito e discriminação. Apresentaram uma pesquisa na qual 100% das pessoas pesquisadas não se consideram preconceituosos, mas 70% dessas mesmas pessoas afirmaram conhecer alguém que seja preconceituoso. Dessa forma, os alunos e alunas chegaram à conclusão de que existe um percentual muito grande de racismo e discriminação, e que estes estão ainda muito velados na nossa sociedade. Os alunos mostraram ainda dados de uma pesquisa realizada em dois colégios estaduais do município de Campo Mourão, em que a minoria dos entrevistados se auto declarou negro/a. A mensagem proposta pela turma é a de que não é necessário diminuir o outro para valorizar a si mesmo, pois todos somos iguais.

3º Ano A – Tema: Racismo na escola

         Por meio de pequenos vídeos e orientados pela professora Gilcelene Davini, de Agroindústria, os alunos do 3º Ano A trouxeram à tona uma importante questão: o racismo e suas manifestações na escola. Os vídeos tratavam de situações envolvendo injúria racial e Bullying. Segundo a aluna Crislaine Pereira de Lima, esse tema deve ser discutido na escola, para que os estudantes entendam o que é o preconceito e se conscientizem cada vez mais da importância de se acabar com ele. Os veteranos perguntaram aos presentes se havia alguém que já sofreu algum tipo de discriminação e o que essa sentiu a respeito. Nesse momento, houve espaço para um pequeno debate sobre a importância de se colocar no lugar das outras pessoas. Segundo os alunos, quando alguém comete um ato preconceituoso, muitas vezes não se dá conta do mal que está fazendo na vida daquele que sofreu a discriminação, pois não procura refletir o que aconteceria se aquele ato fosse cometido contra ele.

3º Ano B – Inventores negros que marcaram a história

         Algumas das invenções mais significativas da história foram feitas por cientistas negros. Itens como a geladeira, o extintor e o sistema de segurança nas portas dos elevadores só passaram a existir após árduas pesquisas realizadas por cientistas negros. A falta de reconhecimento pela história a essas contribuições foi o que motivou os alunos e alunas do 3º Ano B a apresentá-las. Os alunos foram orientados pelo professor Denny Cesar Faria que ministra a disciplina de Química. De acordo com o aluno Murilo Antonio Macieski, a importância de se fazer esse trabalho está em combater o racismo e o pensamento ainda latente de que exista uma raça superior. Segundo ele, é importante que haja uma mudança de pensamento, na qual todos sejam considerados capazes e iguais, em seus direitos e deveres.

3º Ano C – Tema: A legislação e os povos indígenas

         A turma procurou pesquisar a respeito da legislação indígena, trazendo dados sobre os índios integrados à sociedade e também aqueles que se encontram totalmente isolados, os quais vivem em regiões da Amazônia. O bate papo foi acompanhado por uma agradável apresentação musical, feita pelos próprios alunos. Foram utilizados na apresentação, instrumentos como o surdo, o tantan, o tamborim, o agogô, afoxé, canzá e outros. O professor William Versori, da disciplina Arte, foi o grande condutor musical dos alunos.

         Fazem parte da Equipe Multidisciplinar do Colégio Agrícola, além dos professores citados anteriormente, a pedagoga Soleane Alves Chula, o diretor auxiliar Amarildo Afonso, e o funcionário Rafael Rodrigues Mazur. Os três fizeram parte da organização geral do evento, que contou também com a participação e contribuição de outros professores da instituição de ensino.